A exposição à poluição atmosférica afeta diretamente a saúde humana, sendo capaz de prejudicá-la (Mathers et al., 2009). Isso se torna mais grave para pessoas que vivem em centros urbanos onde há grande concentração de automóveis, sendo atualmente a maior fonte de poluentes (Samet e Gruskin, 2015).
Os gases poluentes entram em contato com o organismo através das vias aéreas, o qual os transporta pelas vias respiratórias desde porções superiores até os alvéolos pulmonares (menor unidade funcional do aparelho respiratório) (Giles e Koehle, 2014). Tem sido sugerido que esse contato de gases poluentes podem desenvolver uma resposta inflamatória local (Aris et al., 1993) podendo avançar e acarretar efeitos sistêmicos adversos no organismo (Männistö et al., 2015; Nyhan et al., 2014) ou seja, podendo desencadear processos nocivos em diferentes órgãos (Viehmann et al., 2015; Brucker et al., 2013)
Durante o exercício físico há aumento da ventilação e com isso maior inalação de poluentes. Paralelamente a isso, há também o aumento da inalação oronasal (inspiração pela boca e nariz), dessa forma uma menor parcela de ar é filtrado pelas vias aéreas superiores (Carlisle e Sharp, 2001). Esses fatores fazem com que haja uma certa preocupação acerca de exercícios físicos realizados em locais com grande concentração de poluentes atmosféricos, como pode ocorrer nas modalidades como a caminhada, corrida e ciclismo (Nyhan et al., 2014).
Além de apresentarem um potencial prejudicial à saúde, os poluentes atmosféricos também interferem no desempenho esportivo, diminuindo o débito cardíaco máximo (volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto) diminuindo a diferença arteriovenosa de O2 máxima (quantidade de oxigênio extraído do sangue pelos tecidos) levando a uma queda na velocidade associada ao VO2max, resultando em queda de desempenho (Ekblom et al., 1975).
Mas acredite se quiser, apesar de todos esses agravantes ao praticar exercícios em ambientes onde o ar atmosférico possui grande concentrações de poluentes, os efeitos deletérios são piores em pessoas que não praticam exercício físico com regularidade (Vieira et al., 2012), pois as adaptações positivas decorrentes de uma vida ativa exercem uma ação antagônica a poluição atmosférica, podendo ser uma estratégia para combater os malefícios à saúde ocasionados pela exposição da poluentes. Em todo caso, dê sempre preferência para treinar em parques ou em horários com poucos carros circulando nas ruas.
Referências:
Mathers, C., Stevens, G., & Mascarenhas, M. (2009). Global health risks: mortality and burden of disease attributable to selected major risks. World Health Organization.
Samet, J. M., & Gruskin, S. (2015). Air pollution, health, and human rights. The Lancet Respiratory Medicine, 3(2), 98-100.
Giles, L. V., & Koehle, M. S. (2014). The health effects of exercising in air pollution. Sports Medicine, 44(2), 223-249.
Aris, R. M., Christian, D., Hearne, P. Q., Kerr, K., Finkbeiner, W. E., & Balmes, J. R. (1993). Ozone-induced airway inflammation in human subjects as determined by airway lavage and biopsy. American Review of Respiratory Disease, 148, 1363-1363.
Männistö, T., Mendola, P., Liu, D., Leishear, K., Sherman, S., & Laughon, S. K. (2015). Acute air pollution exposure and blood pressure at delivery among women with and without hypertension. American journal of hypertension, 28(1), 58-72.
Nyhan, M., McNabola, A., & Misstear, B. (2014). Comparison of particulate matter dose and acute heart rate variability response in cyclists, pedestrians, bus and train passengers. Science of the Total Environment, 468, 821-831.
Viehmann, A., Hertel, S., Fuks, K., Eisele, L., Moebus, S., Möhlenkamp, S., … & Hoffmann, B. (2015). Long-term residential exposure to urban air pollution, and repeated measures of systemic blood markers of inflammation and coagulation. Occupational and environmental medicine, 72(9), 656-663.
Brucker, N., Moro, A. M., Charão, M. F., Durgante, J., Freitas, F., Baierle, M., … & Garcia, S. C. (2013). Biomarkers of occupational exposure to air pollution, inflammation and oxidative damage in taxi drivers. Science of the total environment, 463, 884-893.
Carlisle, A. J., & Sharp, N. C. C. (2001). Exercise and outdoor ambient air pollution. British journal of sports medicine, 35(4), 214-222.
Ekblom, B., Huot, R., Stein, E. M., & Thorstensson, A. T. (1975). Effect of changes in arterial oxygen content on circulation and physical performance. Journal of applied physiology, 39(1), 71-75.
Vieira, R. D. P., Toledo, A. C., Silva, L. B., Almeida, F. M., Damaceno-Rodrigues, N. R., Caldini, E. G., … & Dolhnikoff, M. (2012). Anti-inflammatory effects of aerobic exercise in mice exposed to air pollution. Medicine & Science in Sports & Exercise, 44(7), 1227-1234.
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