O nosso corpo contém aproximadamente 600 músculos, quase todos são acionados, em alguma extensão, quando corremos (Newsholme, 2006). Isso acontece porque além de suportarem o peso do nosso corpo durante a corrida, os músculos desenvolvem forças que impulsionam o nosso corpo para a frente (Hammer et al., 2010).
Quando o nosso pé entra em contato com o solo, a musculatura da nossa perna se contrai excentricamente para desacelerar o movimento, se não fosse essa contração muscular, a cada passo cairíamos no chão como gelatina. (Newsholme, 2006)
Dessa forma, os nossos glúteos e músculos que ficam na parte posterior à nossa coxa (isquiotibiais) desaceleram a flexão do quadril, enquanto os músculos anteriores à nossa coxa (quadríceps) desaceleram a flexão do nosso joelho. Já os músculos da nossa panturrilha e “canela” (gastrocnêmio e o tibial anterior) atuam em conjunto para desacelerar a dorsiflexão do pé (Novacheck, 1998).
Após o contato inicial e a desaceleração do movimento, os músculos mais expressivos para a propulsão da corrida são os gastrocnêmios e isquiotibiais (Novacheck, 1998), sendo geralmente os músculos que mais sentimos dores musculares após treinos intensos em velocidades altas.
Durante a fase de balanço (quando o nosso pé não está em contato com o solo) quase não há ativações musculares em nossos membros inferiores, sendo a ativação mais expressiva a do tibial anterior. Isso ocorre para mantermos o pé sempre em dorsiflexão (aproximação do pé com a “canela”) para não tropeçarmos a cada passo (Novacheck, 1998). No final da fase de balanço, os nossos membros inferiores começam a se contrair antecipadamente para se prepararem para o novo contato com o solo (Hammil, 2016).
Em geral, os músculos são mais ativos previamente ao contato inicial com o solo (antecipação) e após o contato inicial (desaceleração e propulsão). O período que vai desde o contato do calcanhar até o apoio médio do pé representa mais da metade dos custos energéticos da corrida (Novacheck, 1998).
Nota: CI – Contato Inicial; TO – Toe Off (momento em que o dedo do pé perde o contato com o solo)
Referências:
Newsholme, Eric A., “Corrida: ciência do treinamento e desempenho/Eric Newsholme, Tony, Leech, Glenda Duester, Tradução Riury Frank Bacurau, Francisco Navarro.” São Paulo, Phorte (2006).
Hamner, Samuel R., Ajay Seth, and Scott L. Delp. “Muscle contributions to propulsion and support during running.” Journal of biomechanics 43.14 (2010): 2709-2716.
Novacheck, Tom F. “The biomechanics of running.” Gait & posture 7.1 (1998): 77-95.
Hamill, Joseph. “Bases biomecânicas do movimento humano.” (2016).
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