Recentemente nos deparamos com mais uma notícia triste pela morte súbita ocorrida em um atleta.
Como uma pessoa saudável, praticante de atividade física e com bons hábitos pode ser vítima de um evento fatal após ter se exercitado? Não deveríamos esperar o contrário?
Atletas podem ser acometidos por cardiopatias que elevam o risco de morte súbita.
Sabidamente a cardiomiopatia hipertrófica, a displasia arritmogênica do ventrículo direito, anomalia de coronárias, miocardite, doenças valvares, doença arterial coronariana (infarto), canalopatias, entre outras, são exemplos de doenças potencialmente fatais para o atleta competitivo ou de alta intensidade.
Em linhas gerais, a principal causa de morte súbita em atletas menores de 35 anos é a cardiomiopatia hipertrófica. Nos indivíduos acima de 35 anos, o infarto agudo do miocárdio representa a maioria dos casos. Trabalhos recentes chamaram a atenção por não identificarem cardiopatia estrutural em grande parte das vítimas de morte súbita, alertando sobre a possibilidade de doenças como as canalopatias (não há cardiopatia estrutural) e também sobre o uso de substâncias usadas no doping (esteróides, anfetamina, efedrina) e\ou drogas recreativas (cocaína, MDMA), como causas para tais eventos.
Independente da doença de base, a parada cardiorrespiratória acontece principalmente devido à arritmia ventricular maligna (fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso) e portanto, a única forma de reverter essa condição é com o desfibrilador. Outras alterações cardíacas podem ocorrer e levar à parada cardiorrespiratória como bloqueios avançados e assistolia, minimizando ainda mais a chance de sucesso na reversão e retomada da circulação espontânea.
Um caso marcante ocorreu em maio de 2019 com um jogador de 17 anos do clube Avaí de Florianópolis. O atleta estava treinando quando teve uma síncope (desmaio ou mal súbito) e caiu inconsciente no campo de treinamento. Ele precisou ser reanimado pela equipe médica do clube por cerca de 20 minutos até receber o desfibrilador para reverter a arritmia ventricular maligna.
Felizmente sobreviveu.
Há mais de 15 anos um dos casos que ficou marcado na mente dos amantes do esporte foi o do jogador Serginho do São Caetano, que sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu durante uma partida no estádio do Morumbi. O jogador Serginho sofria de cardiomiopatia hipertrófica, doença genética altamente relacionada à arritmia ventricular maligna induzida por esforço físico. Diversos outros casos mundo afora ocorrem sem grande conhecimento de todos, mas basta pesquisa rápida que não raramente nos deparamos com tantos casos.
A avaliação pré-participação, frequentemente realizada por cardiologistas, tem como objetivo principal identificar doenças causadoras de morte súbita. Para isso, uma simples consulta é capaz de definir a condição do atleta após história clínica, exame físico e eletrocardiograma de repouso.
Alguns outros exames complementares auxiliam na avaliação e estratificação desses atletas, principalmente em caso de suspeição de alguma doença potencial.
Assim como a avaliação pré-participação, consultas periódicas são importantes para oferecer segurança e prevenção.
Exames básicos no acompanhamento com cardiologista para atletas:
Principais causas de morte súbita em atletas:
Devemos destacar que os atletas de alta performance e principalmente de modalidades de endurance costumam apresentar adaptações cardíacas denominadas Síndrome do Coração de Atleta e que podem confundir com doenças cardíacas estruturais, gerar desconforto e muita dúvida.
A síndrome do coração do atleta é benigna e não relacionada à morte súbita. Caracteriza-se por redução da frequência cardíaca e hipertrofia adaptativa benigna do músculo cardíaco
Dr. Henrique Grinberg
Fonte: Diretriz Brasileira de Cardiologia do Esporte e do Exercício, da Sociedade
Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte, 2019
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