Dentro do treinamento da corrida é muito comum um treinador chamar a atenção do atleta com a seguinte frase: “ Você faz treino de força?”. Essa frase demonstra a preocupação do treinador para que o aluno não venha a ter uma lesão que o tire das pistas. Essa preocupação tem fundamento? A princípio sim, diversos estudos vêm confirmando a relação da prática do treino de força com a diminuição das lesões em corredores ( RIOS et al, 2017, VAN GENT et al 2007).
Se por um lado a aplicação do treino de força tem sido quase que indiscutível quanto a prevenção de lesões na corrida, por outro, ainda há uma discussão quanto a aplicação do treino de força e também de potência na melhora do desempenho na corrida. De fato, a musculação, o treino funcional ou qualquer outro método de trabalho de força e potência não parece influenciar diretamente na principal variável de condicionamento aeróbio, o consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) ( HICKSON et al, 1988, HOFF et al, 2002). Isso pode ser notado principalmente quando falamos de atletas já praticantes em treinamento corrida.
Se o treinamento de força não é o melhor meio para o ganho de condicionamento aeróbio, é uma ótima alternativa para desenvolver capacidades e produzir adaptações que contribuam para um melhor desempenho na corrida (HEGGELUND et al, 2013). O Treino de força, é capaz de trazer adaptações que façam com o que os músculos fiquem mais “treinados” em gerar maior quantidade de força com menor demanda energética, ou seja, a cada passada, o atleta faz mais força mas gasta menos energia ( HOFF et al, 2002). Além disso, o treinamento de força pode ser capaz de alterar a composição de nossas fibras musculares, no que resultará em uma maior poder de contração muscular ( BOTTINELLI et al, 1999).
Existem ainda, uma série de adaptações que são demostradas na literatura científica, mas para esse momento, vale dizer que o treinamento de força de uma maneira geral, contribui para que sejamos corredores mais econômicos. Um atleta mais econômico, consegue sustentar a sua velocidade em altas intensidades mais tempo que um atleta menos econômico, esse fator é de extrema importância e pode ser decisivo para a melhora do desempenho aeróbio ( HOFF et al, 2002). Seja pela prevenção de lesões, seja para melhorar seu desempenho, além de correr: “Você faz treino de força?”.
Referências:
BOMPA, Tudor O.; BUZZICHELLI, Carlo. Periodization-: theory and methodology of training. Human kinetics, 2018.
BOTTINELLI, R. et al. Specific contributions of various muscle fibre types to human muscle performance: an in vitro study. Journal of Electromyography and Kinesiology, v. 9, n. 2, p. 87-95, 1999.
HEGGELUND, Jørn et al. Maximal strength training improves work economy, rate of force development and maximal strength more than conventional strength training. European journal of applied physiology, v. 113, n. 6, p. 1565-1573, 2013.
HICKSON, R. C. et al. Potential for strength and endurance training to amplify endurance performance. Journal of applied physiology, v. 65, n. 5, p. 2285-2290, 1988.
HOFF, Jan; GRAN, Arne; HELGERUD, Jan. Maximal strength training improves aerobic endurance performance. Scandinavian journal of medicine & science in sports, v. 12, n. 5, p. 288-295, 2002.
RIOS, Edmar Tiago et al. Influência do volume semanal e do treinamento resistido sobre a incidência de lesão em corredores de rua. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 11, n. 64, p. 104-109, 2017.
VAN GENT, R. N. et al. Incidence and determinants of lower extremity running injuries in long distance runners: a systematic review. British journal of sports medicine, v. 41, n. 8, p. 469-480, 2007.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | Este cookie é definido pelo plug-in GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | O cookie é definido pelo consentimento do cookie GDPR para registrar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Funcional".
|
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | Este cookie é definido pelo plug-in GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessário". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | Este cookie é definido pelo plug-in GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Outros.
|
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | Este cookie é definido pelo plug-in GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Desempenho". |
viewed_cookie_policy | 11 months | O cookie é definido pelo plug-in GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal.
|